No pátio do
colégio...
-Oi
Elen, - Disse Jean à amiga
-Oi. - Elen
cumprimentou-o com dois beijinhos.
-Preciso
urgente de umas respostas. - Ele falou.
- Qual
o nome da menina que se despediu de você agora? -Jean parecia eufórico.
- É a
Layla
- Já sabia,
mas queria confirmar, - Por que você não me apresentou? Estou louco para conhecê-la melhor.
-Ela
estava com pressa. Os pais vieram buscá-la. - Iam se encontrar com os avós no aeroporto.
- Matando
aula! -Disse Jean
- Vai
perder as duas últimas aulas, mas pegou autorização e também, está passada
nessas matérias. É super estudiosa. - Elen admirava a colega, sempre à frente
dos outros alunos. Sabia ainda que a amiga nutria um certo interesse por Jean,
porém pediu segredo.
- Por
que você não foi atrás dela? Nunca foi de esperar!-
- Sei
lá, ela me parece ser diferente das outras garotas. É séria, tímida, tenho que
chegar com jeito. Fe falta coragem, é estranho.
-Ah!
Tá. Faz de contas que eu acredito. -Elisa estava surpresa.
Layla
era uma linda garota, olho e pele claro, cabelos longos com luzes, um corpo
proporcional à sua altura. O Tipo que chama a atenção. Bastante tímida, em
relação às garotas da sua idade, que não esperam para ver acontecer e
literalmente se jogam para cima. Talvez seja este o motivo pelo qual Jean se
encontrasse encantado com a menina. - O mistério à sua volta. -A sua
personalidade diferenciada das demais. -Algo tão escasso nos dias atuais. Tudo
isto deixava Jean intrigado, curioso, e quem sabe apaixonado.
-Fico
meio preso quando a vejo. Ela pega o mesmo ônibus que eu no final da aula. Pela
manhã, deve vir com o pai. - Eu não a vejo.
-É ela ela mora no seu bairro. Mas estou te estranhando. -
Elen balançava a cabeça não entendendo
mesmo a atitude de Jean que tinha fama de ganhar todas as garotas do colégio.
-Jean,
é quase impossível acreditar nisto! Você se apaixonou...
-
Tá legal, mas não se preocupe, amanhã
vou chegar junto. -Prometo. -----Na saída.
- Eu
torço por vocês. Ela é muito legal- disse Elen batendo a mão no ombro de Jean.
- Mas
me fala alguma coisa sobre ela... - Ele estava curioso.
-O que,
por exemplo?- A amiga sentia a ansiedade de Jean...
-Fala
dos gostos. -O que curte fazer, fala das músicas dos filmes. Gosta de balada? -Estas coisas. -Me ajuda
vai...
- Você
ficou careta de repente Jean, está a fim mesmo da Layla, isto é inédito.
-Bem, ela é Roqueira,
Jean
interrompe - Nota-se pelas roupas.
-Parece
até contraditório com o perfil suave que ela possui, - continua Elen, - mas
curte rock, conhece todas as bandas. Tem coleções de CDs. –Outra coisa: É chocólatra.
Jean
corta a fala da amiga. – Chocólatra, - Que bom saber isto!
-Gosta de ir a shows de rock, é claro, não
gosta de balada.
Elen continua, quando é interrompida pela
sirene do colégio.
Hora de
voltar para a sala de aula.
-Te
vejo depois disse Jean, bem mais empolgado.
No dia
seguinte, de volta pra casa, Jean quase perde o ônibus. Entra apressado e logo
avista Layla nos primeiros bancos do lado da janela.
-Oi. Falou ofegante.
Oi, Ela
respondeu.
Posso
me sentar? -Já se sentando ao seu lado.
-
Claro.
Layla respondeu, parecendo não dar importância
à presença do colega, mas seu coração parecia a Bateria da Beija-Flor de Nilópolis, ao entrar na avenida. - Conteve a emoção.
Jean
respira fundo, tentando iniciar um papo.
-Você é
amiga da Elen, não é? Estão sempre juntas...
-Sim. –
E você também, - eu sei! Disse Layla, - Ainda trêmula.
- Eu a
conheço desde o Ensino Fundamental.
- Que
legal, disse layla, mais interessada agora.
Fazia
muito calor. Layla tenta abrir a janela, que se encontrava emperrada. - Jean
logo se oferece para abri-la, notando a dificuldade da garota. Debruçou-se
sobre sua cabeça e sentiu sua blusa esbarrar no rosto de Layla, que sentiu
certo arrepio.
O
esforço foi inútil. E o calor aumentava à medida que o coletivo seguia pela
avenida, cercada de lojas por um lado e residências por outro. Um pouco
decepcionado Jean sentou-se novamente.
-Onde
você mora exatamente? Perguntou ainda desconcertado.
- Em
frente ao Shopping. - Respondeu
- E
você?
- Eu
moro um pouco mais acima, perto do hospital.
- Bem
mais distante. - Disse Layla.
O
ônibus cortava a cidade Satélite de Norte a Sul.
Durante
o trajeto, conversaram sobre vários assuntos pertinentes ao colégio, música, viagens,
etc. - Sentiam-se muito à vontade, como que se conhecessem há tempos.
Layla
ajeitou o material no colo, estava inquieta.
- Não
sei se é porque estou com fome, mas estou sentindo um cheiro bom! -Parece cheiro de chocolate. - Layla fez cara de fome.
-Sério?
-Então feche os olhos, - Disse Jean, lembrando-se do chocolate que trazia no
bolso.
- Não
vai me dizer que você tem um chocolate?
-Feche
os olhos. - Insistiu Jean.
Em
seguida, puxa uma barra de chocolate do bolso.
-Agora
pode abrir os olhos. – Disse Jean. – Em suas mãos, o chocolate derretia.
O papel
havia se rasgado.
Os dois
se desataram em risos, amenizando a situação desconfortante.
-Meio
sem jeito ela perguntou. Há quanto tempo este chocolate está em seu bolso?
-Desde
esta manhã. - Comprei especialmente para você.
-Como
você soube? – Não precisa responder. – Foi a Elen,- tenho certeza!
-Quem
sabe... -Mas você ainda quer este chocolate, mesmo assim derretendo?
-
Claro, não consigo resistir, ainda mais com fome. - Os olhos de Layla brilhavam.
Com as próprias mãos, ela retirou um pequeno
pedaço que também começava a derreter. Ele fez o mesmo. -Sobrando um último
pedaço. Comeram igual criança, sujando a
boca, mesmo porque não paravam de rir, chamando a atenção dos outros
passageiros, na maioria, estudantes.
Jean
então ofereceu o último pedaço e o levou até layla, aproximando as mãos de sua
boca. A garota, tentando ajudá-lo, acabou por encostar as próprias mãos nas
mãos dele. Ficaram muito próximos agora.
- Você
é muito linda! - Falou baixinho. - Mesmo com todo este chocolate no rosto. E de surpresa, - Layla ganhou um carinhoso
beijo.
- Um
beijo com sabor de chocolate.
Os aplausos que ressoaram dentro do ônibus, não impediram que Jean e
Layla ouvissem os sininhos.
Que doce história!...deveriam ser assim os meninos e meninas de hoje...será que ainda existem?
ResponderExcluirUM ABRAÇO
Ah esses sininhos !! ouvi-los ou senti-los?
ResponderExcluiros dois nos elevam a outros mundos como dos adolescentes.
E como são lindos!
Bom de ler Lourdinha _ leve e doce como chocolate.
meu abraço e carinho